O IMC é uma boa ferramenta para avaliar a composição corporal?

Saber a sua composição corporal pode ser uma informação importante para avaliar as mudanças corporais que ocorrem com a prática contínua de atividades físicas. 

Existem muitas ferramentas popularmente utilizadas por aqueles que procuram entender melhor sua composição, sendo uma delas o IMC. Será que essa é uma boa ferramenta? Confira a seguir!

O Índice de Massa Corpórea, popularmente conhecido pela sua sigla “IMC”, é uma ferramenta simples e adotada como padrão pela Organização da Saúde para avaliar o estado nutricional em adultos¹.  

Ele foi criado como um indicador de risco para doenças, considerando que índices altos de IMC estão relacionados com o maior o risco de algumas doenças relacionadas ao sobrepeso e obesidade, tais como doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes¹. 

O cálculo é realizado dividindo do peso (kg) pela altura (metros) ao quadrado. Confira abaixo como é feita a classificação do estado nutricional de acordo com o resultado do IMC¹:

O IMC é uma ferramenta fácil de aplicar e muito utilizada em estudos populacionais. Possui grande utilidade para avaliar o estado nutricional e problemas de saúde relacionados ao peso corporal da população^1,2. 

Apesar de prático, o IMC possui algumas limitações de uso, uma vez que não leva em consideração outros parâmetros importantes, como a distribuição e quantidade de gordura corporal, idade, sexo e nível de atividade física^1,2,3. 

Portanto, o IMC não é considerado uma boa ferramenta para avaliar a composição corporal. A composição corporal vai além do peso corporal, proporcionando uma avaliação detalhada da quantidade de músculo, gordura, ossos e água no corpo. 

Um valor de IMC acima de 24,5, o qual caracterizaria um peso acima do adequado, não necessariamente pode estar relacionado a um alto teor de gordura corporal, assim como um IMC considerado adequado não significa necessariamente que há uma boa composição corporal². 

Como exemplo, alguns atletas podem ter um peso elevado devido a seus altos níveis de massa muscular, o que poderia erroneamente gerar um IMC classificado com sobrepeso. Por outro lado, uma pessoa sedentária pode apresentar um IMC dentro da normalidade, mas com baixa quantidade de massa muscular e alta de gordura. 

A avaliação da composição corporal permite avaliar a proporção do corpo, dividido em massa magra e gorda. A massa magra representa os músculos, órgãos, ossos e tecidos. A massa gorda é composta pelo tecido adiposo, representando toda a gordura do nosso corpo. 

Uma forma de avaliação da composição corporal é a aferição de dobras cutâneas, realizada por profissionais qualificados e que estima o percentual de gordura corporal². 

A bioimpedância elétrica, já muito utilizada em academias ou consultórios de nutricionistas, fornece dados de quantidade e distribuição da gordura corporal^2,3,4. Assim, é calculado o percentual de massa magra e de massa gorda, de modo a entender a composição corporal e possíveis riscos à saúde associados a ela. No entanto, alguns fatores também podem impactar em seu resultado, como os níveis de água corporais⁴. 

Principalmente para os praticantes de atividades físicas, os dados de composição corporal permitem que os profissionais de saúde possam planejar suas condutas, como dietas e suplementos, quando necessários. 

Dessa forma, o IMC pode ser considerado uma ferramenta reconhecida e útil como indicador em alguns estudos e situações. Porém, se você deseja saber qual é a sua composição corporal para direcionar as estratégias e melhorar os seus resultados, vale a pena buscar um profissional habilitado para escolher o melhor método de análise e fazer uma avaliação completa!

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